BRÁS CUBAS  

 

   BRÁS CUBAS  



Escrever folhetins não é fácil. Quer seja que o escritor tenha de enfrentar-se em solidão com uma página branca, quer seja que escreva sob a urgência e a pressão do seu editor, que lhe pede para encher um espaço menor ou muito mais amplo do que a sua inspiração naquele dia. Se poderia crer que muitos romances em folhetins assim nascem, obedecendo ao pedido do momento e tomam forma e enredo ao desenvolver-se, dia a dia.

Talvez, também Machado de Assis tenha navegado à vista, pelo menos na primeira parte do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, seguindo o seu instinto de narrador, com uma fina ironia, aliás uma certa dose de auto ironia. Ao ponto que não se toma muito em sério, deixa a palavra à sua personagem, Brás Cubas, e estabelece relações confidenciais com os leitores.

Lendo as Memórias Póstumas de Brás Cubas o leitor tem um calafrio.
Depois da perturbante dedicatória ao "verme que roeu as frias carnes" do seu cadáver e das promessas da prefação ao "fino leitor", Brás Cubas, o protagonista e narrador interno, desfeitas as reservas sob a maneira de iniciar o conto, narra as suas memórias começando pelo fim. Pelo seu fim. Define, de fato, si mesmo não como um escritor defunto, mas um defunto escritor, que escreve a sua autobiografia desde o outro mundo.

A narração se desenrola ao longo do fio da memória, numa sequência de lembranças, reflexões, digressões, divagações, delírios e raciocínios mais ou menos filosóficos, que veem a formar os cento e sessenta capítulos do romance.
Estes repercorrem a vida abastada e um pouco ociosa do herdeiro
de uma família da alta burguesia brasileira oitocentista, que, desde as origens humildes e escuras do fundador, um tanoeiro enriquecido, tinha subido com sucesso, graças aos seus meios, todos os degraus da escada social, até avantajar-se nas frequentações dos ambientes da nobreza e aspirar aos mais altos cargos públicos.
A filosofia da vida do pai de Brás Cubas se poderia resumir no conceito seguinte: os homens valem por diferentes modos, porém o mais seguro de todos é valer pela opinião dos outros homens.

O ambiente no qual se desenvolvem as vicissitudes de Brás Cubas é a época faustosa e estimulante do Império do Brasil, desde a transferência da Corte portuguesa para o Rio (1808) até ao reinado de D. Pedro II (Segundo Reinado, 1831–1889).
Os festejos pela deposição de Napoleão Bonaparte, em 1814, são uma ótima ocasião para um jantar em casa Cubas, em que Machado de Assis representa uma visão da alta sociedade daquela época e dos ambientes luxuosos e mundanos nos quais se movem as suas personagens.

Mas vamos por ordem.
Brás Cubas conta que morreu de uma pneumonia por causa de um molesto golpe de ar, que recebeu em cheio enquanto estava ocupado em apurar uma sua invenção extraordinária, que nunca chegou à luz: o emplasto anti-hipocondríaco Brás Cubas, destinado a curar a melancolia da humanidade.
Então, se detém, com um certo humor negro, no contar com detalhes o Delírio, cume da enfermidade que o consume.
É notável o diálogo de tons leopardianos com a Natureza, mãe e inimiga, despótica dispensadora de vida e morte, representada
como Pandora, que guarda na sua bolsa os bens e os males da humanidade, e entre estes o maior: a esperança, consolação dos homens.

No Delírio, a luta com a Natureza revela-se ímpar: Brás Cubas em vão pede para prolongar a sua vida. Conduzido ao alto de uma montanha, vê desfilar, como num nevoeiro, os séculos passados e com estes os homens, todas as paixões, os tumultos dos impérios, a guerra e a destruição de todas as coisas.
Porém não vê o século presente, que o envolve de perto.
Ao invés, apresenta-se para ele uma nova batalha interior, que torna a propor a luta entre a vida e a morte como o conflito entre a Razão e a Sandice.

Todavia, a coisa mais interessante para o leitor, não é passagem da vida à morte física de Brás Cubas, mas a habilidade experimentada com a qual o defunto autor leva a efeito a passagem, de todo literária, desde a narração da sua morte até àquela do seu nascimento.
Pois que, observa Machado-Cubas com uma ponta de Romantismo, existem dois modos de ser eloquente: um, puro e vibrante, que brota duma arte natural e que fascina, e outro, rígido, engomado e chocho.
E talvez tem, nesse ponto de vista, uma encoberta crítica ao estilo do português de Portugal, com as suas complexas construções hipotáticas e as longas perífrases fraseológicas.

A vida de Brás Cubas, então, brotou do tronco dos seus avós no dia 20 de outubro de 1805.
A partir de tal data, a narração prossegue com as etapas canônicas de uma biografia: as travessuras da infância; a
juventude dourada e a emoção dos primeiros amores; Marcela, ou seja, o desvio da sedução.
E depois, a viajem na Europa: os estudos em Coimbra, como convinha, na primeira metade do século XIX, a um jovem de boafamília, e a educação sentimental na Itália, às alvoradas do Romantismo.

Enfim, depois de nove anos de estroinices desde uma cidade para outra da Europa, o imprevisto regresso ao Rio de Janeiro, motivado pela grave enfermidade e em seguida pela morte da sua mãe, "uma criatura tão dócil, tão meiga, tão santa, que nunca jamais fizera verter uma lagrima de desgosto".
A esta seguiu-se, não muito tempo depois, aquela do seu pai.
São os anos da madurez de Brás Cubas e da intensa e passional relação com Virgília. 

Se Marcela foi a sedução, o descobrimento misterioso e intrigante do amor por um rapaz pouco mais que adolescente, Virgília encarna para Brás Cubas a verdadeira paixão.
Não é por acaso que Machado de Assis faz comparecer esta personagem feminina ao início da narração do Delírio, dizendo que é testemunha disso, mas deixando entender que ela seja indiretamente a causa do assunto. 

Na época dos matrimónios combinados, Virgília é a mulher que o pai de Brás Cubas destinou-lhe como esposa. Filha do Conselheiro Dutra, ela trazia em dote, junto com a sua beleza e um rico património, o apoio para obter um cargo público, coisa que o velho Cubas não tinha vontade de renunciar.
Mas pela indecisão, as reticências, e, enfim, a mediocridade do filho esfuma-se o noivado.
Virgília lhe prefere um homem, observa Cubas, não mais esbelto dele, nem mais elegante, nem mais simpático, nem mais lido, porém certamente bem introduzido na mais alta sociedade do Segundo Reinado, aquela que conta e tem grandes influências políticas, a qual lhe haveria facilmente procurado um ambicionado título nobiliário.

Mas, como acontece na melhor literatura, desfeito o projeto domatrimónio, o amor começa deveras entre Brás Cubas e Virgília, agora casada com o Lobo Neves.
Medianeira foi a valsa, da qual Brás Cubas era um bailarino esperto, à qual seguiu-se um fugaz e temeroso beijo, prelúdio de uma longa e intensa relação amorosa.
Nas
circunstâncias nas quais comparece, Virgília domina a cena. 
Pela sua beleza, em primeiro lugar, bonita e singela quando ela contava quinze anos; depois completa, como aquela de certas figuras femininas do mundo clássico, das quais se louva o candor dos belos braços; enfim, na sua velhice, austera e maternal, mas sempre imponente.

Virgília é uma mulher que não perde nunca completamente o domínio de si e a consciência dos papéis na sociedade. Casa com Lobo Neves porque pode assegurar-lhe uma vida socialmente gratificante, como esposa de um homem político e possível futuro membro da nobreza. Mas não despreza o amor de Brás Cubas, do qual torna-se em seguida a amante, mesmo rejeitando a fuga com ele, para não renunciar aos privilégios do seu matrimónio com Neves e ao filho.
É prudente. Pensando que o marido, de cujo amor é certa, ou melhor que a pública opinião pode desconfiar dela, propõe transferir as entrevistas galantes fora da casa conjugal, numa casinha solitária, com um jardim discreto, feita num recanto da Gamboa e entregada à complacente Dona Plácida, perante todos a acreditada e verdadeira patroa de casa.

Mas isto ainda não basta para garantir a discrição; ou talvez, também um grande amor, alcançado o cume, começa inevitavelmente a descer.
Uma carta anonima que denuncia ao marido os dois amantes, se bem que prestes desmentida por Virgília, já alimenta suspeitas e alusões.  É, porém, a partida para a província da qual Lobo Neves tornou-se presidente, o que vai determinando o fim da relação entre Virgília e Brás Cubas.
Era tempo. Um certo tédio começava a insinuar-se entre os dois amantes e Brás Cubas confessa ao leitor que a partida de Virgília deu-lhe uma sensação mista de libertação e de saudade e nem sequer lhe tirou o apetite.

Sim, ao leitor, que no romance é sempre presente em maneira interlocutória como personagem não declarada. 
Machado de Assis o faz seu confidente, o seu assistente, o seu espelho e o seu alter-ego, enquanto conduz magistralmente uma infinita variedade de divagações.

Na última parte das Memórias, Brás Cubas recorda um velho amigo, Quincas Borba, autor de uma singular teoria filosófica, o Humanitismo, que tem como objetivo a destruição da dor, julgando-a uma pura ilusão.
Quincas Borba vai falecer semidemente, depois de haver queimado o manuscrito que continha as suas teorias.

Quanto a Brás Cubas, a morte o apanha, numa aziaga sexta-feira do mês de agosto de 1869, mais rico e não menos viciado do que era ao início da sua vida.

Assim se conclui o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, que tem como objeto a morte, mas só como pretexto para descrever a vida fútil de uma classe social.

 

Scrivere racconti d'appendice non è facile. Sia che lo scrittore debba confrontarsi in solitudine con una pagina bianca, sia che scriva sotto l'urgenza e il pungolo del suo editore, che gli richiede di riempire uno spazio più ristretto o assai più ampio della sua ispirazione di quel giorno. C'e da credere che molti romanzi d'appendice nascano cosi, obbedendo alla sollecitazione del momento e prendano forma e si strutturino nel loro farsi giorno per giorno.

Forse anche Machado de Assis ha navigato a vista, almeno nella prima parte del romanzo Memorie Postume di Brás Cubas, seguendo il suo istinto di narratore, con fine ironia, anzi con una certa dose di autoironia. Al punto che non si prende troppo sul serio, cede la parola al suo personaggio, Brás Cubas, e intavola relazioni confidenziali con i lettori.

Leggendo le Memorie Postume di Brás Cubas il lettore è colto da un brivido.
Dopo la sconcertante dedica al "verme che rose le fredde carni" del suo cadavere e le promesse della prefazione al "fino lettore", Brás Cubas, il protagonista e narratore interno, sciolte le riserve sul modo di iniziare il racconto, narra le sue memorie cominciando dalla fine. Dalla sua fine. Definisce, infatti, se stesso non uno scrittore defunto, ma un defunto scrittore, che scrive la sua autobiografia dall'aldilà.

La narrazione si snoda sul filo della memoria, in un susseguirsi di ricordi, riflessioni, digressioni, divagazioni, deliri e ragionamenti più o meno filosofici, che formano i centosessanta capitoli del romanzo.
Essi ripercorrono la vita agiata e un po'oziosa dell'erede di una famiglia dell'alta borghesia brasiliana ottocentesca, che, dalle
origini umili e oscure del capostipite, un bottaio arricchitosi, aveva salito con successo, grazie ai suoi mezzi, tutti i gradini della scala sociale, fino a vantare frequentazioni negli ambienti della nobiltà e aspirare alle più alte cariche pubbliche.
La filosofia della vita del padre di Brás Cubas si potrebbe riassumere nel seguente concetto: gli uomini valgono in differenti modi, ma il più sicuro di tutti è valere per l'opinione che gli altri hanno di noi.

Lo sfondo su cui si agitano le vicende di Brás Cubas è l'epoca fastosa ed esaltante dell'Impero del Brasile, dal trasferimento della Corte portoghese a Rio (1808) al governo di Pedro II (Secondo Impero, 1831-1889).
I festeggiamenti per la deposizione di Napoleone Bonaparte, nel 1814, sono un'ottima occasione per un pranzo in casa Cubas, con cui Machado de Assis rappresenta uno spaccato dell'alta società del tempo e degli ambienti lussuosi e mondani in cui si muovono i suoi personaggi.

Ma andiamo per ordine.
Brás Cubas racconta di essere morto di polmonite a causa di uno spiacevole colpo d'aria, preso in pieno mentre era intento a mettere a punto una sua straordinaria invenzione, che mai vide la luce: l'impiastro antipocondriaco Brás Cubas, destinato a curare la melancolia dell'umanità.
Si sofferma, poi, con un certo umor nero, nel racconto dettagliato del Delirio, culmine della malattia che lo consuma.
Notevole il dialogo dai toni leopardiani con la Natura, madre e nemica, dispotica dispensatrice di vita e morte, rappresentata come Pandora, che custodisce nella sua borsa i beni e i mali
dell'umanità, e di questi il più grande: la speranza, consolatrice
degli uomini.

Nel Delirio, la lotta con la Natura si rivela impari: Brás Cubas chiede invano di prolungare la sua vita. Condotto su un'alta montagna, vede sfilare davanti a sé, come in una nebbia spessa, i secoli passati e con essi gli uomini, tutte le passioni, il tumulto degli imperi, la guerra e la dissoluzione di ogni cosa.
Non vede, però, il secolo presente, che lo riguarda da vicino.
Si profila, invece, per lui una nuova battaglia interiore, che ripropone la lotta della vita contro la morte come il conflitto tra la Ragione e l'Insensatezza.

Tuttavia, la cosa più interessante per il lettore non è il passaggio dalla vita alla morte fisica di Brás Cubas, ma l'abilità consumata con cui il defunto autore effettua il passaggio, tutto letterario, dal racconto della sua morte a quello della sua nascita.
Poiché, osserva Machado-Cubas con una punta di Romanticismo, esistono due modi di essere eloquente: uno, puro e vibrante, che scaturisce da un'arte spontanea e che affascina, l'altro, rigido, inamidato e senza tensione emotiva.
E forse c'è, in questo punto di vista, una velata critica allo stile del portoghese del Portogallo, con le sue complesse costruzioni ipotattiche e le lunghe perifrasi fraseologiche.

La vita di Brás Cubas, dunque, germogliò dal tronco dei suoi avi nel giorno 20 di ottobre del 1805.
A partire da quella data il racconto prosegue con le tappe canoniche di una biografia: le monellerie dell'infanzia; la giovinezza dorata e l'emozione dei primi amori; Marcella ovvero il traviamento della seduzione.
E poi il viaggio in Europa: gli studi a Coimbra, come si addiceva
,nella prima metà dell'Ottocento, a un giovane di buona famiglia e
l'educazione sentimentale in Italia, agli albori del Romanticismo.

Infine, dopo nove anni di dissipazioni da una città all'altra d'Europa, il brusco ritorno a Rio de Janeiro, motivato dalla grave infermità e poi dalla morte della madre, "una creatura tanto dolce, tenera e santa, che mai fece versare una sola lacrima di disgusto"
Ad essa seguì, non molto tempo dopo, quella del padre.
Sono gli anni della maturità di Brás Cubas e della intensa e passionale relazione con Virgilia.

Se Marcella è stata la seduzione, la scoperta misteriosa e intrigante dell'amore da parte di un giovane poco più che adolescente, Virgilia incarna per Brás Cubas la vera passione.
Non è un caso se Machado de Assis fa comparire tale personaggio femminile all'inizio della narrazione del Delirio, dicendo che ne è un testimone, ma lasciando intendere che ne sia indirettamente la causa.

Nell'epoca dei matrimoni combinati, Virgilia è la donna che il padre di Brás Cubas gli ha destinato in moglie. Figlia del consigliere Dutra, portava in dote, insieme alla sua bellezza e a un ricco patrimonio, l'appoggio per ottenere una carica pubblica, cosa a cui il vecchio Cubas non era disposto a rinunciare.
Ma per l'indecisione, le reticenze e infine la mediocrità del figlio il matrimonio va in fumo.
Virgilia gli preferisce un uomo, osserva Cubas, non più proporzionato di lui, nè più elegante, nè più simpatico, nè più colto, ma certo ben introdotto nell'alta società del Secondo Impero, quella che conta e ha grande influenza politica, che le avrebbe facilmente procurato un ambito titolo nobiliare.

Ma come accade nella migliore letteratura, tramontato il progetto
del matrimonio, l'amore comincia davvero tra Brás Cubas e Virgilia, ora sposata con Lobo Neves.
Galeotto fu il valzer, di cui Brás Cubas era un provetto ballerino, al quale fece seguito un fugace e timoroso bacio, preludio di una lunga ed intensa relazione amorosa
Nelle circostanze in cui compare, Virgilia domina la scena.
Per la sua bellezza, in primo luogo, fiorente e acerba a quindici anni; poi completa, come quella di certe figure femminili del mondo classico di cui si celebra il candore delle belle braccia; infine, nella sua vecchiaia, austera e materna, ma sempre imponente.

Virgilia è una donna che non perde mai completamente il dominio di sé e la consapevolezza dei ruoli sociali. Sposa Lobo Neves perché può assicurarle una vita socialmente gratificante, come moglie di un uomo politico e possibile futuro membro della nobiltà. Ma non disdegna l'amore di Brás Cubas, di cui diviene presto l'amante, pur rifiutando di fuggire con lui e di rinunciare ai privilegi del suo matrimonio con Neves e al figlio.
È prudente. Quando pensa che il marito, del cui amore è certa, o meglio, che la pubblica opinione possa ritenerla infedele, propone di spostare gli incontri galanti fuori dalla casa coniugale, in una casetta solitaria, con un giardino discreto, costruita in un angolino del quartiere di Gamboa e affidata alla compiacente donna Placida, per tutti la creduta padrona di casa.

Ma ciò ancora non basta a garantire la discrezione; o forse, anche un grande amore, raggiunto il suo culmine, comincia inevitabilmente a calare.
Una lettera anonima che denuncia i due amanti al marito, sebbene prontamente smentita da Virgilia, alimenta già sospetti e
allusioni.
È, però, la partenza per la provincia di cui Lobo Neves è
diventato presidente, a determinare la fine della relazione tra Virgilia e Brás Cubas.
Era tempo. Un certo tedio cominciava già ad insinuarsi tra i due amanti e Brás Cubas confessa al lettore che la partenza di Virgilia gli diede una sensazione mista di sollievo e nostalgia e neppure gli tolse l'appetito.

Si, al lettore, che nel romanzo è sempre presente in modo interlocutorio come personaggio non dichiarato.
Machado de Assis ne fa il suo confidente, il suo assistente, il suo specchioe il suo alter ego, mentre conduce magistralmente ogni sorta di divagazioni.

Nell'ultima parte delle Memorie, Brás Cubas ricorda un vecchio amico, Quincas Borba, autore di una singolare teoria filosofica, l'Umanitismo, che ha come scopo la distruzione del dolore, considerato come una pura illusione.
Quincas Borba morirà semidemente, dopo aver bruciato il manoscritto contenente le sue teorie.

Quanto a Brás Cubas, la morte lo coglie, un funesto venerdì del mese di agosto del 1869, più ricco e non meno viziato di quanto fosse all'inizio della sua vita.

Si conclude così il romanzo Memorie Postume di Brás Cubas, che ha come oggetto la morte, ma solo come pretesto per raccontare la vita futile di una classe sociale.