CAMÕES  PETRARQUISTA

 

    CAMÕES  PETRARCHISTA



Luis de Camões escreveu líricas durante toda a sua vida, abrangendo uma grande variedade de módulos estilísticos, desde aqueles tradicionais portuguêses até aos mais inovadores em hendecassílabo, que retomam o modelo italiano principalmente de inspiração petrarquista.

Humanista, profundo conhecedor dos clássicos (Virgílio, Horácio), mas também de Petrarca e dos quinhentistas italianos (Bembo, Sannazzaro, Tasso), Camões foi ao mesmo tempo mestre na tradição e conceptismo ibérico e aberto às novidades introduzidas por Sá de Miranda, de quem seguiu a lição.

Nele convivem influências medievais, como se observa na concepção da mulher como um ser angélico, que eleva o amante e o apura, e influências exemplares, com a assunção do modelo petrarquista, que se evidencia no tom confitente, no abandono, na confissão das próprias contradições, típica de muitos sonetos camonianos, mas que sobressai também na concepção neoplatonica do amor e da beleza.

Reflexo do Amor Divino, que emana de Deus como pura luz, respeito à qual tudo é sombra degradante, é o amor humano. Reflexo da Beleza Ideal é a beleza do corpo mulheril, que aparece revestido de uma luz sobrenatural, que se manifesta no olhar que faz serenar, nos cabelos de oiro resplandescentes, no andar elegante, no efeito gerador que promana da figura feminina. A terra floresce perante a mulher amada e cada ser insensivel como uma árvore de casca dura, se enternece e se comove pela piedade.

Como Petrarca, Camões conta que numa igreja, por ocasião de uma cerimônia religiosa da Semana Santa, ele viu uma mulher de grande beleza, e que o amor por ela o fez prisioneiro, apesar da sacralidade do lugar onde se achava.
Mas é à nobre dama, ao serviço de cuja família é dedicado como escudeiro, que ele dirige os louvores e o amor ideal de uma petrarquiana Laura.

No soneto Eu cantarei de amor tão docemente, que teria escrito entre 1540 e 1550, Camões repisa os versos da primeira quadra do texto de Petrarca Io canterei d’amor sí novamente, no qual o poeta italiano exalta a potência do amor, que move até o coração mais frio e insensível, tomando como pretexto a piedade amorosa por este gerada, para descrever em modo admirável a beleza da face de Laura.
Camões, na segunda quadra do seu soneto, si afasta de Petrarca e enfrenta os temas medievais do amor oculto, do ciúme e das coitas de amor, da audácia e da saudade. Enfim, com elegância, cala cantando da mulher amada apenas o olhar doce e sério e o porte altivo, já que, como afirma com modéstia, para descrever a maravilhosa beleza dela lhe faltam a arte e o engenho.

Dois sonetos camonianos glosam em vários modos o soneto de Petrarca Pace non trovo e non ho da far guerra.
O testo petrarquiano inícia com um quiasmo, que introduz uma longa série de antíteses, cujo senso profundo vem explicado, à maneira dos Provençais, no último verso:

in questo stato son, donna per voi.
(Petrarca, Canzoniere, CXXXIV, v.14)

No Soneto Amor é fogo que arde sem se ver, entre consonâncias e aliterações e a longa anáfora que se repete desde o v.2 até ao v.11, Camões joga livremente com as antíteses conceptuais, conforme à lição petrarquista. O resultado evidencia a inventiva e a perfeição escorreita dos versos camonianos, que através duma linguagem simples e imediata transmitem singeleza e musicalidade. Só os vv.1-5 si aproximam respectivamente ao vv.2-11 do texto de Petrarca.

O tema das contradições do amor é retomado noutro soneto de Camões, Tanto de meu estado me acho incerto, que repisa em vários pontos o petrarquiano Pace non trovo e non ho da far guerra.
Os vv.2-3-4 da primeira quadra camoniana, ecoam os célebres e muito imitados versos de Petrarca:

que, em vivo ardor, tremendo estou de frio
(Camões, Sonetos, 4, v.2)

e temo, et spero; et ardo, et son un ghiaccio;
(Petrarca, CXXXIV, v.2)

sem causa, juntamente choro e rio;
(Camões, 4, v.3)

Pascomi di dolor, piangendo rido;
(Petrarca, CXXXIV, v.12)

o mundo todo abarco e nada aperto.
(Camões, 4, v.4)

et nulla stringo, et tutto ‘l mondo abbraccio.
(Petrarca, CXXXIV, v.4)

Camões, também no primeiro terceto, retoma o poeta italiano:

Estando em terra, chego ao céu voando;
(Camões, 4, v.9)

et volo sopra’l cielo, et giaccio in terra;
(Petrarca, CXXXIV, v.3)

assim como no fecho do soneto, no qual se mantém o estilo provençal:

respondo que não sei; porém suspeito
que só porque vos vi, minha Senhora.
(Camões, 4, vv. 13-14)

A naturalidade do estilo de Petrarca é o resultado de uma longa e repetida revisão dos conceitos e da forma, que, nas nove redações do Canzoniere, continuaram até a morte do poeta. Não surpreende, então, se aquele estilo elegante e polido acabou por tornar-se em Quinhentos a meta de um consistente grupo de imitadores.
Si observa uma evolução do estilo camoniano em tal direção no soneto Onde mereci eu tal pensamento, com a tripla ocorrência do verbo “merecer” (vv.1-2-3) e com as ocorrências duplas de “perder” (vv.11-12) e da raiz, respectivamente no verbo e no substântivo, de “vencer” (vv.3-4) e “atrever” (vv.7-8), que evocam as frequentissimas reiterações de termos, com efeitos fonéticos e jogos semânticos, do Petrarca.

No soneto Liete et pensose, accompagnate et sole, o termo “sole”(solitárias) do v.1 vem repetido por Petrarca no v.4: “sóle” (é solita) e no v.5: “sole” (o astro), com um valor semântico diferente.
Camões não somente adopta a mesma técnica na composição poética Num tão alto lugar, de tanto preço, repetindo em formas variadas o mesmo conceito:“desmereço”...“mereço”... “merecimento” (vv.4-8-9), mas no último verso cita em Italiano o mesmo Petrarca:

un bel morir tutta la vita onora.
(Camões, 27, v.14)

A ideia que uma bela morte honra a vida, além da antítese morte-vida, não é nova na poesia de Petrarca, que manifesta muitas vezes o desejo de morrer por amor e afirma que morrer por uma bela causa é coisa honrada e gloriosa:

ma perché ben morendo onor s’acquista,
(Petrarca, LIX, v. 15)

E também no soneto Em um batel que com doce meneio, Camões traduz Petrarca quase literalmente:

o espirito é pronto, a carne enferma.
(Camões, 50, v.14)

Lo spirto è pronto, ma la carne è stanca.
(Petrarca, CCVIII, v.14)

O tema que Camões toca nessa lírica, livre adaptação do soneto petrarquiano Dodici donne onestamente lasse, conta a viagem no rio Tejo de um grupo de belas damas, entre as quais sobressai a mulher amada, símil a um sol circundado de estrelas, conforme à imagem que Petrarca tornou célebre.
Luís de Camões pede às ninfas, filhas de Nereu, que recordem à bela companhia que a vida é breve, mas longa é a coita de amor.

Uma reflexão sobre o passar do tempo e a caducidade da vida digna do melhor Petrarca, a qual acha-se também no soneto camoniano Alma minha gentil, que te partiste.

Mas é no retrato psicológico que os petrarquistas de todos os tempos são devedores ao seu mestre e, através dele, à grande tradição clássica dos líricos gregos e latinos.
No soneto Um mover de olhos, brando e piedoso, com rápidas pinceladas, utilizando observações de carater prevalentemente psicológico, Camões nos apresenta o ideal feminino do seu tempo: uma mulher sensível, doce e esquiva, que olha o mundo com olhos serenos, mas não indiferentes. Os lábios dela apenas retêm um casto sorriso e seus gestos medidos não desvelam o mistério escondido na sua alma.
Na sua atitude reservada e púdica transparece a beleza interior: a sua piedade tudo pode e tudo ousa, se for necessário, até ao sacrifício. Rica de virtudes, não falta de fascínio, se Camões nos últimos versos do soneto, parafraseando Petrarca, lhe atribui a mágica virtude de efetuar a mais grande das metamorfoses: mudar o coração dos homens.

A imagem da mulher amada não perde brilho na lembrança.
Lendo o soneto Quando o sol encoberto vai mostrando, parece vê-la. Cada seu gesto, feito com graça, desvela o estado de alma, no qual si misturam em igual medida alegria e tristeza. O poeta a chama “inimiga”, como os renascentistas italianos, querendo sublinhar que por causa dela não tem mais sossego, enquanto ao pôr-do-sol, numa praia, abandona-se aos recordos.

A repetição dos termos correlativos “aqui...alí” e as anáforas “agora...agora”, “aqui...aqui...aqui”, retomam o estilo do soneto Sennuccio, i’ vo’ che sapi in qual manera, no qual o Petrarca, dirigindo-se ao amigo Sennuccio del Bene, confia o seu desassossego amoroso e, com vaga lembrança, acaricia com o olhar a imagem de Laura e faz reviver os seus gestos.
Mas a admiração da mulher amada, sonho ou lembrança, consome as forças e ocupa a mente do amante, como recordam também os “cansados pensamentos” do soneto de Camões.

 



Luís de Camões scrisse liriche nell’arco di tutta la sua vita, abbracciando una grande varietà di moduli stilistici, da quelli tradizionali portoghesi a quelli più innovativi in endecasillabi, che riprendono il modello italiano soprattutto di ispirazione petrarchesca.
Umanista, profondo conoscitore dei classici (Virgilio, Orazio), ma anche di Petrarca e dei cinquecentisti italiani (Bembo, Sannazzaro, Tasso), Camões fu allo stesso tempo maestro nella tradizione e nel concettismo iberico e aperto alle novità introdotte da Sà de Miranda, di cui seguì la lezione.

In lui convivono influenze medievaleggianti, come si vede nella concezione della donna angelicata, che eleva l’amante e lo purifica, e influenze esemplari, con l’assunzione del modello petrarchesco, che si evidenzia nel tono confidenziale, nell’abbandono, nella confessione delle proprie contraddizioni, tipica di molti sonetti camoniani, ma che risalta anche nella concezione neoplatonizzante dell’amore e della bellezza.

Riflesso dell’Amore Divino, che emana da Dio come pura luce, rispetto alla quale tutto è digradante ombra, è l’amore umano. Riflesso della Bellezza Ideale è la bellezza del corpo muliebre, che appare rivestito di una luce soprannaturale, che si manifesta nello sguardo rasserenante, negli splendidi capelli d’oro, nell’incedere elegante, nell’effetto generatore che promana dalla figura femminile. La terra fiorisce al cospetto della donna amata e ogni essere insensibile come albero dalla dura scorza, si intenerisce e muove a pietà.

Come Petrarca, Camões racconta di aver visto in una chiesa, in occasione di una cerimonia religiosa della Settimana Santa, una donna di grande bellezza, dall’amore per la quale venne fatto prigioniero, nonostante il sacro luogo in cui si trovava.
Ma è alla nobile signora, al servizio della cui famiglia è dedicato come scudiero, che egli tributa le lodi e l’amore ideale di una petrarchesca Laura.

Nel sonetto Eu cantarei de amor tão docemente, che avrebbe scritto tra il 1540 e il 1550, Camões ricalca i versi della prima quartina del testo di Petrarca Io canterei d’amor sí novamente, in cui il poeta italiano esalta la potenza dell’amore, che smuove anche il cuore più freddo e insensibile, cogliendo a pretesto la pietà amorosa da esso generata, per descrivere mirabilmente la bellezza del viso di Laura.
Camões, nella seconda quartina del suo sonetto, si discosta da Petrarca e affronta i temi medievaleggianti dell’amore nascosto, della gelosia e delle pene d’amore, dell’ardimento e della nostalgia. Infine, con eleganza, tace cantando appena della donna amata lo sguardo dolce e serio e il nobile portamento, poiché, come afferma con modestia, per descriverne la meravigliosa bellezza non gli basta l’arte e l’ingegno.

Due sonetti camoniani chiosano in vario modo il sonetto di Petrarca Pace non trovo e non ho da far guerra.
Il testo petrarchesco si apre con un chiasmo, che prelude alla lunga serie di antitesi, il cui senso profondo è spiegato, alla maniera dei Provenzali, nell’ultimo verso:

in questo stato son, donna per voi.
(Petrarca, Canzoniere, CXXXIV, v.14)

Nel sonetto Amor è fogo que arde sem se ver, tra consonanze e allitterazioni e la lunga anafora che si ripete dal v.2 al v.11, Camões gioca liberamente con le antitesi concettuali, secondo la lezione petrarchesca. Il risultato evidenzia l’inventiva e l’armoniosa perfezione dei versi camoniani, che attraverso un linguaggio semplice e immediato trasmettono freschezza e musicalità. Solo i vv.1-5 richiamano da vicino rispettivamente i vv.2-11 del testo di Petrarca.

Il tema delle contraddizioni dell’amore è ripreso in un altro sonetto di Camões, Tanto de meu estado me acho incerto, che ricalca in più punti il petrarchesco Pace non trovo e non ho da far guerra.
I vv.2-3-4 della prima quartina camoniana riecheggiano i celebri e assai imitati versi di Petrarca:

que, em vivo ardor, tremendo estou de frio
(Camões, Sonetos, 4, v.2)

e temo, et spero; et ardo, et son un ghiaccio;
(Petrarca, CXXXIV, v.2)

sem causa, juntamente choro e rio;
(Camões, 4, v.3)

Pascomi di dolor, piangendo rido;
(Petrarca, CXXXIV, v.12)

o mundo todo abarco e nada aperto.
(Camões, 4, v.4)

et nulla stringo, et tutto ‘l mondo abbraccio.
(Petrarca, CXXXIV, v.4)

Anche nella prima terzina Camões riprende il poeta italiano:

Estando em terra, chego ao céu voando;
(Camões, 4, v.9)

et volo sopra ‘l cielo, et giaccio in terra;
(Petrarca, CXXXIV, v.3)

così come nella chiusa del sonetto, in cui si mantiene lo stile provenzaleggiante:

respondo que não sei; porém suspeito
que só porque vos vi, minha Senhora.
(Camões, 4, vv. 13-14)

La naturalezza dello stile di Petrarca è il frutto della lunga e ripetuta revisione dei concetti e della forma, che, nelle nove redazioni del Canzoniere, si protrasse fino alla morte del poeta. Non meraviglia, dunque, se quello stile elegante e polito divenne nel Cinquecento la meta di una folta schiera di imitatori.
Si osserva una evoluzione dello stile camoniano in tale direzione nel sonetto Onde mereci eu tal pensamento, con la triplice ripetizione del verbo “merecer” (vv.1-2-3) e con le occorrenze doppie di “perder” (vv.11-12) e della radice, rispettivamente nel verbo e nel sostantivo, di “vencer” (vv.3-4) e “atrever” (vv.7-8), che richiamano le frequentissime reiterazioni di termini, con effetti fonetici e giochi semantici, del Petrarca.

Nel sonetto Liete et pensose, accompagnate et sole, il termine “sole” (solitarie) del v.1 è ripetuto dal Petrarca nel v.4: “sòle” (è solita) e nel v.5: “sole” l’astro), con un diverso valore semantico.
Camões non solo adotta la stessa tecnica nella composizione poetica Num tão alto lugar, de tanto preço, ripetendo in varia forma il medesimo concetto: “desmereço”… “mereço”… “merecimento” vv.4-8-9), ma nell’ultimo verso cita in Italiano lo stesso Petrarca:

un bel morir tutta la vita onora.
(Camões, 27, v.14)

L’idea che una bella morte onora la vita, al di là della antitesi morte-vita, non è nuova nella poesia di Petrarca, che manifesta più volte il desiderio di morire per amore e afferma che morire per una bella causa è cosa onorata e gloriosa:

ma perché ben morendo onor s’acquista,
(Petrarca, LIX, v.15)

Anche nel sonetto Em un batel que com doce meneio, Camões traduce Petrarca quasi letteralmente:

o espirito è pronto, a carne enferma.
(Camões, 50, v.14)

Lo spirto è pronto, ma la carne è stanca.
(Petrarca, CCVIII, v.14)

Il tema che Camões affronta nella lirica, libero adattamento del sonetto petrarchesco Dodici donne onestamente lasse, narra del viaggio sul fiume Tejo di un gruppo di belle dame, tra le quali spicca la donna amata, simile a un sole circondato di stelle, secondo l’immagine resa celebre da Petrarca.
Luis de Camões chiede alle ninfe, figlie di Nereo, che ricordino a quella bella brigata che la vita è breve, ma lunga è la pena d’amore.

Una riflessione sul trascorrere del tempo e la caducità della vita degna del miglior Petrarca, che si incontra anche nel sonetto camoniano Alma minha gentil, que te partiste.

Ma è nel ritratto psicologico che i petrarchisti di tutti i tempi sono debitori al loro maestro e, attraverso di lui, alla grande tradizione classica dei lirici greci e latini.
Nel sonetto Um mover de olhos, brando e piedoso, com rapide pennellate, utilizzando osservazioni di carattere prevalentemente psicologico, Camões ci presenta l’ideale femminile del suo tempo: una donna sensibile, dolce e schiva, che guarda il mondo con occhi sereni, ma non indifferenti. Le sue labbra appena trattengono un casto sorriso e i suoi gesti misurati non svelano il mistero che si cela nel suo animo.
Nel suo atteggiamento riservato e pudico traspare la bellezza interiore: la sua pietà tutto può e tutto osa, se necessario, fino al sacrificio. Ricca di virtù, non manca di fascino, se Camões negli ultimi versi del sonetto, parafrasando Petrarca, le attribuisce la magica virtù di operare la più grande delle metamorfosi: mutare il cuore degli uomini.

L’immagine della donna amata non perde vivezza nel ricordo.
Leggendo il sonetto Quando o sol encoberto vai mostrando, par di vederla. Ogni suo gesto, compiuto con grazia, tradisce lo stato d’animo, in cui si mescolano in egual misura allegria e tristezza. Il poeta la chiama “nemica”, come gli autori rinascimentali italiani, a sottolineare che per lei ha perso la tranquillità, mentre nel sole del tramonto, su una spiaggia, si abbandona al ricordo.

La ripetizione delle espressioni correlative “aqui…ali” e le anafore “agora…agora”,  ”aqui…aqui…aqui”, riprendono lo stile del sonetto Sennuccio, i’ vo’ che sapi in qual manera, nel quale il Petrarca, rivolgendosi all’amico Sennuccio del Bene, confida la sua inquietudine amorosa e, sul filo della memoria, accarezza con lo sguardo l’immagine di Laura e fa rivivere i suoi gesti.
Ma il vagheggiamento della donna amata, sogno o ricordo, consuma le forze e occupa la mente dell’amante, come ricordano anche i “cansados pensamentos” del sonetto di Camões.

   
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