O PASTOR AMOROSO - OS TEMAS
     IL PASTORE AMOROSO  - I  TEMI



Quando, no julho do 1914, F. Pessoa escreve com o heterónimo de Alberto Caeiro as primeiras poesias do poema: "O Pastor Amoroso", atravessa um período que ele definirá de alcançada madureza literaria.
Às duas primeiras poesias, autografadas, seguirão quatro outras, escritas no julho do 1930 (outras seis, segundo alguns estudiosos de Pessoa, os quais colocam a composição delas entre o 1929 e  o 1930).
Porém, é certo que, enquanto projetava a publicação dos "Poemas Completos" de A. Caeiro, da qual refere em uma carta do 1933 ao amigo João Gaspar Simões, F. Pessoa parece julgar que o poema: "O Pastor Amoroso" é completo tanto do ponto de vista verbal quanto psicológico e portanto pronto para ser publicado.
Vem difícil dizer se o poema si possa considerar uma unidade também do ponto de vista narrativo, além que tematico - cada poesia trata temas de amor - se bem que se poderia, talvez, propôr uma leitura desde esse ponto de vista. "O Pastor Amoroso" é a história de um homem apaixonado, ou melhor, a história dos estados d'ânimo de um homem que se introspecta enquanto vive a experiência amorosa.

Na poesia: "Quando eu não te tinha", o Poeta pergunta-se de que maneira o amor por uma mulher haja modificado a sua relação com a Natureza, bem que seja sempre de amor.
A qual relação vem caracterizada mesmo agora por uma grande devoção, mas mudada na intensidade emotiva, tornando-se mais terna e vizinha, quase filial, como parece sugerir a alusão à Virgem Maria. Por tal amor os sensos vêm exaltados, e a visão adquire discernimento, cada elemento da paisagem aparece em uma luz mais nítida: o rio, à qual ribeira ele chega junto com a sua amada, as nuvens, nas quais repara sentado ao seu lado.
Ela não o afastou da Natureza, aliás, é como se a tivesse trazido mais perto, oferecendo-a ao seu olhar apaixonado.
Porquê é com um olhar de amor que A. Caeiro vê a Natureza, a sua amada de sempre, sempre igual a si mesma; é o olho de um homem mais sensivel, tornado mais afinado por ser a sua vez objecto de amor, aquele que demora carinhoso sobre cada cousa.

Portanto, no ânimo do Poeta nada mudou, é como dantes.
Começa com o verso: "Vai alta no céu a lua da primavera" uma composição poética, na qual a relação amorosa desenvolve-se inteiramente sôbre um pensamento de amor brotado na mente do Poeta numa clara noite primaveril.
Dos campos sopra até o Poeta uma briza ligeira, e o seu murmúrio se funde com o nome da amada apenas s ussurado.
Uma fantasia toma forma, evocada pelos pensamentos sobre o dia de amanhã que chega com vagas promessas: uma passeada pelos campos a colher flores... E eis a mulher amada chegar ao encontro longamente sonhado - numa visão interior o amanhã é já agora - e o olhar do Poeta acompanha virtualmente cada seu gesto.
O ânimo vem invadido por um sentido de completamento, no qual o Io, como num desfocado, cede o primeiro plano a uma sensação de felicidade, que permanece até quando o sonho é presente. Mas, no entanto, insinua-se nos pensamentos a percepção da realidade iminente, o amanhã futuro que está em um outro plano da realidade, mais real respeito ao sonho, porém não sem alegria.
Caminhar pela estrada imerso em pensamentos de amor, extraordinários companheiros de viagem; é o tema tratado na poesia intitulada:"O amor é uma companhia".
Um pensamento sobressai entre outros e faz nascer uma ilusão.
È como se a vista ficasse embaciada mas ao mesmo tempo se tornasse mais aguda na percepção de si mesmo e do meio ambiente, permitindo ao viandante de caminhar como que suspenso entre dois mundos que se intersectam, aquele fantastico e aquele real.
A mente demora no pensamento da amada e na saudade dela; ela não está fisicamente ali, mas é bem presente e desejada e viva na Imaginação.
A faculdade de imaginar substitui os sensos - a vista, a qual não é possivel exercitar na ausência dela - aliás, em certa maneira os supera, transportando o amante a um mundo de acções e sensações sonhadas, desejadas, idealmente completadas.
Mas no confrontar-se com o mundo real as certezas do sonho esfumam-se. Solicitadas das sensações visivas, emoções de maior consistência vêm a tona e implodem no ânimo do Poeta, numa roda-viva de acontecimentos reais encentrados na figura da amada.
Amar é pensar. O verso breve, com só tres palavras, cria quase um destaco na primeira parte da poesia: "Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela" e o conceito vem repetido na expressão:pensar nela que constitui o brevissimo penúltimo verso - em ligação (enjambement) com o precedente Quero só-.
Uma noite sem dormir, passada a fantasiar sobre a imagem da mulher amada, contemplada em mil posas e comportamentos, gerou no Poeta um forte turbamento que o desvia da realidade presente e, quase que esquecido de si mesmo, o submerge em um variado fluxo de lembranças e fantasias daonde elabora pensamentos. Cada sensação, cada querer e até a consciência é inteiramente absorvido do pensar nela.
O motivo da lembrança e do sonho, presente no texto, deixam assim o espaço à dimensão mental dos sentimentos. Nem pode surpreender tal prospectiva em A. Caeiro, o poeta que declara-se pastor de rebanhos e de pensamentos.
Ele talvez queira exprimir um singular primato do pensar sobre o ser: isto o faz (quase) preferir a ideia do encontro, à realidade de um encontro seguido pelo insuportavel momento do adeus.
O desejo se acompanha com o sofrimento e deste desvia-se o ânimo do poeta-pastor, que somente quer entregar-se aos próprios pensamentos, que são mais satisfatórios.
O tema do sofrimento por amor é central na poesia: "O pastor amoroso perdeu o cajado", na qual se narra, talvez, uma delusão amorosa.
Como um observador externo, o Poeta nos conta com grande força sugestiva os efeitos devastantes do amor ferido: um pastor sem o seu cajado, punção para o rebanho e sustenho para o caminho - e talvez, não falta a alusão à perda de um ponto de apoio não só material, ao ruir das próprias seguranças-; as ovelhas, sem guia e abrigo, se veêm tresmalhar-se pela encosta afora - metafora dos pensamentos desordenados que envolvem a mente prostrando o ânimo do pastor - tanto que não encontra confôrto nem sequer na música do flauto, companheiro inútil de tanta amargura.
Com a mente vazia, ele parece não haver mais visões, nem pontos de orientação; outros, de má-vontade, cuidarão do seu rebanho.

Assim, quase que como conclusão de lungos meneios, a verdade se faz caminho com um pensamento: Ninguém me tinha amado, afinal- que o Poeta refere com a técnica narrativa do discurso indirecto livre- e que abre o caminho à longa sequela de sensações e verdades reconquistadas pelo pastor desiludido.
Assumindo o ponto de vista do pastor, o Poeta narra o momento da aclaração consigo mesmo e do retorno em si.
É como se as coisas achadas verdadeiras e que depois revelaram-se falsas, havessem gerado uma névoa que agora se clareia e a vista recomeça a funcionar - a percepção visiva em A. Caeiro abre a porta, como sempre, a outras sensações -. Eis que aparecem as cores familiares e os contornos de uma paisagem conhecida, valadas e montanhas que se recortam com realistica singeleza, diante da qual todos os sentimentos aparecem desfumados e inconsistentes.
Bem cedo a inteira realidade existente, a Natureza com todos os elementos que a compõem, se impõe na sua sensivel concreteza e se faz presente à consciência.
O sentir se expande, a partir do ar fresco que entra nos pulmões, até chegar à paisagem interior, na qual brota o senso de uma nova liberdade. Porém, não sem dor. A vida vivida não se pode cancelar, e se sedimenta no profundo do ânimo deixando traços, que as vezes afloram à consciência, trazendo pena.
Com a menção à dor no último verso, si conclui a façanha do pastor, que era iniciada no primeiro verso com o anúncio de uma perda sem remédio, aquela das próprias seguranças (o cajado).
O poeta-pastor faz o balanço da sua vida - introduzido da contraposição agora...antigamente, que aparece nos dois versos iniciais da poesia: "Todos os dias agora acordo com alegria e pena".

A condição de absoluta imediatez - enunciada pelo uso do verbo não acompanhado por expressões adverbiais (acordavo)- que caracterizava a fase inicial da experiência amorosa, cedeu o pôsto a sensações contrastantes nas quais se misturam alegria e pena, e que o Poeta analisa, aprofundando a introspecção sentimental em si mesmo. Na incerteza entre a vida sonhada e aquela vivida realmente, o seu ânimo, ora eufórico ora tormentado por um senso de pena, não sabe escolher, nem consegue desenrolar-se do atacamento.
O pastor está perdido em si mesmo.
Bastaria talvez só uma palavra da amada para acordar de novo, ou seja, para sair daquela condição de opacidade do ânimo e recomeçar tudo outra vez.
Até o penúltimo verso o texto vem dominado pela figura irresoluta e as vezes aflita do Poeta; só no último verso aparece um referimento à mulher amada, que aqui comparece, todavia, como uma presença forte e concreta, como uma voz potente porquê tem a capacidade de acordar.
Como antigamente.

 



Quando, nel luglio del 1914, F.Pessoa scrive con l'eteronimo di Alberto Caeiro le prime poesie del poema: "Il Pastore Amoroso", attraversa un periodo che egli definirà di raggiunta maturità letteraria.

Alle prime due poesie, autografate, ne seguiranno altre quattro, scritte nel luglio del 1930 (altre sei, secondo alcuni studiosi di Pessoa, che ne collocano la composizione tra il 1929 e il 1930).
É certo, però, che mentre progetta la pubblicazione dei "Poemi Completi" di A. Caeiro, di cui riferisce all'amico João Gaspar Simões in una lettera del 1933, F. Pessoa sembra ritenere il poema: "Il Pastore Amoroso" compiuto sia dal punto di vista verbale che psicologico e pertanto pronto per essere pubblicato.
É difficile dire se il poema si possa considerare unitario anche dal punto di vista narrativo, oltre che tematico - ogni poesia tratta temi d'amore - per quanto se ne potrebbe forse proporre una lettura in tal senso." Il Pastore Amoroso" é la storia di un uomo innamorato, o meglio, la storia degli stati d'animo di un uomo che si guarda dentro mentre vive l'esperienza amorosa.

Nella poesia:"Quando non avevo te", si domanda il Poeta in che modo l'amore per una donna abbia modificato il suo rapporto con la Natura, peraltro sempre d'amore.
Esso é ancora caratterizzato da una grande devozione, ma é mutato nella intensità emotiva, facendosi più tenero e vicino, quasi filiale, come sembra suggerire l'allusione alla Vergine Maria. Da tale amore i sensi sono esaltati, la vista acquista discernimento, ogni elemento del paesaggio si vede in una luce migliore: i fiumi, alla cui riva egli giunge insieme con la donna amata, le nuvole, che contempla seduto al suo fianco.
Ella non lo ha allontanato dalla Natura, ma anzi, é come se l'avesse avvicinata a lui, offrendola al suo sguardo innamorato.
Perché é un sguardo d'amore quello che A. Caeiro posa sulla Natura, la sua amata di sempre, sempre uguale a se stessa; é l'occhio di un uomo più sensibile, affinato dall'essere a sua volta oggetto d'amore, quello che indugia carezzevole su ogni cosa.

Nulla é mutato, dunque, nell'animo del Poeta, che é quello di prima. Comincia con il verso:"Si leva alta nel cielo la luna di primavera" una composizione poetica, in cui la relazione amorosa si sviluppa tutta attorno a un pensiero d'amore sbocciato nella mente del Poeta in una chiara notte primaverile.
Dai campi giunge fino a lui soavemente il soffio di una brezza, il cui mormorio si fonde con il nome dell'amata pronunciato in un sussurro. Una fantasticheria prende corpo, evocata dai pensieri sulla giornata del domani che si approssima vago di promesse: una gita per i campi a coglier fiori... Ed ecco la donna amata giungere all'appuntamento a lungo vagheggiato -in una visione interiore il domani é già ora- e lo sguardo del Poeta sembra accompagnare ogni suo gesto.
L'animo é pervaso da un senso di completezza, nel quale l'Io, come in uno sfocato, cede il posto di primo piano ad una sensazione di felicità, che dura finché é presente il sogno. Ma intanto si insinua nei pensieri la percezione della realtà imminente, il domani futuro che sta in un altro piano di realtà, più vero rispetto al sogno, ma non privo di allegria.
Camminare per la strada immerso in pensieri d'amore, singolari compagni di viaggio; é il tema trattato nella poesia intitolata:"L'amore é una compagnia".
Un pensiero si distacca tra gli altri e dà luogo a una visione.
É come se la vista si appannasse e allo stesso tempo si acuisse nella percezione di sé e dell'ambiente, permettendo al viandante di camminare sospeso tra due mondi che si intersecano tra loro, quello fantastico e quello reale.
La mente indulge nel pensiero dell'amata e della sua assenza; ella non é fisicamente in quel luogo, ma é ben presente e desiderata e viva nell'Immaginazione.
La facoltà di immaginare vicaria i sensi -la vista, che non é possibile esercitare realmente in assenza di lei- anzi, in qualche modo li supera, conducendo l'amante in un mondo di azioni e di sensazioni sognate, vagheggiate, idealmente compiute.
Ma nel confronto con il mondo reale le certezze del sogno svaniscono. Sollecitate dalle sensazioni visive, emozioni di ben altra consistenza emergono e implodono nell'animo del Poeta, in una girandola di accadimenti reali incentrati sulla figura dell'amata.
Amare é pensare. Il verso breve, di sole tre parole, crea quasi uno stacco nella prima parte della poesia:"Ho passato tutta la notte, senza dormire, vedendo, di continuo, la sua immagine" e il concetto é richiamato dall'espressione: pensarla, che costituisce il brevissimo penultimo verso -in enjambement con il precedente Voglio solo -.
Una notte insonne, trascorsa a fantasticare sull'immagine della donna amata, vista e rivista in mille pose e atteggiamenti, ha generato nel Poeta un forte turbamento che lo distoglie dalla realtà presente e, quasi dimentico di sé, lo immerge in un flusso variegato di ricordi e fantasticherie da cui elabora pensieri. Ogni sensazione, ogni moto della volontà e perfino della coscienza, é interamente assorbito dal pensiero di lei.
Il motivo del ricordo e del sogno, presenti nel testo, lasciano dunque il campo alla dimensione mentale dei sentimenti. Né può meravigliare tale prospettiva in A. Caeiro, il poeta che si dichiara guardiano di greggi e di pensieri. Egli sembra esprimere un singolare primato del pensiero sull'essere: ciò che gli fa (quasi) preferire l'idea dell'incontro, alla realtà di un incontro seguito dall'insopportabile momento del distacco.
Il desiderio si accompagna alla sofferenza e da essa rifugge l'animo del poeta-pastore, che chiede solo di consegnarsi ai propri pensieri, più appaganti.
Il tema della sofferenza d'amore é centrale nella poesia:"Il pastoreamoroso perse il bastone", in cui si narra, forse, una delusione amorosa.
Come un osservatore esterno, il Poeta racconta con grande forza di suggestione gli effetti devastanti dell'amore ferito: un pastore privo del suo vincastro, pungolo per il gregge e sostegno nel cammino-e forse non manca l'allusione alla perdita di un punto d'appoggio non solo materiale, al crollo delle proprie sicurezze-; le pecore non più guidate e raccolte, appaiono sparpagliate per la china - metafora dei pensieri disordinati che ingombrano la mente e prostrano l'animo del pastore- tanto che neppure trova conforto nella musica del flauto, compagno inutile di tanta amarezza.
La testa vuota, egli sembra non avere più visioni, né punti di riferimento; saranno altri, di malavoglia, a prendersi cura del suo gregge.

Poi, quasi a conclusione di lunghi tentennamenti, la verità irrompe con un pensiero: Nessuno mi ha amato, dunque- che il Poeta riporta con la tecnica narrativa del discorso indiretto libero - e che dà inizio alla lunga sequela di sensazioni e verità riconquistate dal pastore disilluso. Assumendo il punto di vista del pastore, il Poeta racconta il momento della chiarificazione e del ritorno in sé.
É come se le cose credute vere e poi rivelatesi false avessero generato una nebbia che ora si dirada e la vista ricomincia a funzionare - la percezione visiva in A. Caeiro apre la porta, come sempre, ad altre sensazioni -. Ecco apparire i colori familiari e i contorni di un paesaggio usuale, vallate e montagne che si stagliano con la loro realistica naturalezza, al cui cospetto tutti i sentimenti appaiono sfumati e inconsistenti.
Ben presto l'intera realtà esistente, la Natura con gli elementi che la compongono, si impone nella sua sensibile concretezza e si fa presente alla coscienza.
Il sentire si espande, a partire dall'aria fresca che riempie i polmoni, fino al paesaggio interiore, in cui germoglia il senso di una libertà nuova. Tuttavia, non senza dolore. Il vissuto non si può cancellare, ma sedimenta nel profondo dell'animo lasciando tracce, che talvolta affiorano alla coscienza con pena.
Con il riferimento al dolore dell'ultimo verso, si chiude la vicenda del pastore, che era cominciata nel primo con l'annuncio di una perdita irrimediabile, quella delle proprie sicurezze (il vincastro).
Il poeta-pastore fa il bilancio della sua vita - introdotto dalla contrapposizione ora...un tempo, che compare nei due versi iniziali della poesia:"Ora mi sveglio con allegria e pena"-.

La condizione di assoluta immediatezza - enunciata dall'uso del verbo non accompagnato da espressioni avverbiali (mi svegliavo)- che caratterizzava la fase iniziale dell'esperienza amorosa, ha lasciato il posto a sensazioni contrastanti in cui si mescolano gioia e sofferenza e che il Poeta analizza, approfondendo l'introspezione sentimentale di se stesso. In bilico tra la vita sognata e quella vissuta realmente, il suo animo, ora euforico ora angustiato da un senso di pena, non sa scegliere, né riesce a districarsi dall'attaccamento.
Egli é come smarrito in se stesso.
Basterebbe forse una sola parola dell'amata per svegliarsi di nuovo, per uscire, cioè, da quella condizione di opacità dell'animo e ricominciare da capo.
Fino al penultimo verso domina nel testo la figura dubbiosa e a tratti dolente del Poeta; solo nell'ultimo compare un riferimento alla donna amata, che vi appare, tuttavia, come una presenza forte e concreta, come una voce potente perché ha la capacità di risvegliare.
Come un tempo.