CIÊNCIA-FICÇÃO 

                                                              PARTE 2ª

 

   FANTASCIENZA

                                                   PARTE 2ª



A sociedade americana de 2228, assim como a prefigura Monteiro Lobato através do relato de miss Jane, é a projeção, livremente evoluida, daquela dos primeiros decênios do século XX, em que se insinuam as discutíveis teorias eugênicas de Francis Galton e as aberrantes teorias sobre a pureza da raça de Chamberlain.

Na obra de Monteiro Lobato os conflitos sociais tornam-se radicais reduzidos ao essencial: a relação homem-mulher e aquela entre as raças.

A eleição do 88º presidente dos Estados Unidos da América é o elemento catalizador do choque das raças, que acontece nos Estados Unidos em 2228, dificultado pelas lutas feministas promovidas por miss Elvin, reflexo no futuro das batalhas pelos Direitos Civis das sufragistas americanas de fins do século XIX e início do século XX.


Os Norteamericanos brancos projetam a deportação em massa da população afro-americana para a Amazônia, no Brasil do futuro. Lobato o imagina dividido em duas nações: aquela de origem prevalentemente portuguesa, estabelecida ao longo da linha do equador, no vale do Rio Amazonas, e aquela que se estabeleceu na zona temperada ao longo do curso do Paraná.

Inclui também no mesmo bloco sócio-economico a Argentina, Uruguai e Paraguai.

(Quase que uma anticipação do Mercosul do século XX).

Mas a história futura contada por miss Jane nos reserva outras surpresas.

O projeto amazônico revela-se não realizável e inconstitucional, dado que a Constituição dos Estados Unidos prevê a igualdade dos direitos para todos os cidadãos, qualquer que seja a côr da pele deles.

Além disso, torna-se vencedor da competição eleitoral Jim Roy, o lider negro do Partido da Associação Negra, antagonista do Partido Masculino acusado de fomentar o racismo e dirigido pelo presidente branco que vai deixando o encargo, mister Kerlog.

O terceiro partido em competição pela presidência dos Estados Unidos é o Partido Feminino, representando as mulheres brancas e sendo guiado por uma jovem mulher, miss Astor.


No jogo inevitável das possíveis alianças entre dois partidos, que consentiria, àqueles numéricamente em minoria, governar aliando-se entre eles, se insere a questão dos géneros (masculino/feminino). O assunto é representada no romance pelo Movimento Elvinista de libertação das mulheres sabinas (descendentes das femeas de uma linha colateral àquela dos hominidas), da subordinação ao macho da espécie homo sapiens.


Em verdade, na caracterização esquemática e grosseira das personagens que Lobato nos propõe, a questão dos géneros é resolvida numa ótica antifeminista. E perguntamo-nos se na base disto esteja o conservantismo tradicionalista do homem M. Lobato, ou a influência sobre o escritor do desprezo marinettiano da mulher.


A vitória de Jim Roy, o primeiro presidente negro que a história dos Estados Unidos traga a memória (entenda-se, no romance lobatiano e até 1926), não é duradoura.

Na sociedade multiracial do ano 2228, da qual (arremedando Darwin) o Ministério da Seleção Artificial é o motor, a luta pelo poder não apresenta novidades nenhuma e mister Kerlog usa um truque maquiavélico, que lhe foi sugerido por um inventor sem escrúpulos, John Dudley, para neutralizar seu adversário político e curar aquilo que é definido como “uma dor de cabeça histórica”.

 

 



La società americana del 2228, così come la prefigura Monteiro Lobato attraverso il racconto di miss Jane, è la proiezione, liberamente evoluta, di quella dei primi decenni del sec. XX, in cui serpeggiano le discutibili teorie eugenetiche di Francis Galton e quelle aberranti sulla purezza della razza di Chamberlain.

Nella sua opera Monteiro Lobato radicalizza i conflitti sociali, riducendoli all’essenziale: la relazione uomo-donna e quella tra razze.

L’elezione dell’88º presidente degli Stati Uniti d’America è l’elemento catalizzatore dello scontro tra razze che avviene negli Stati Uniti nel 2228, complicato dalle lotte femministe promosse da miss Elvin, riflesso nel futuro delle battaglie per i Diritti Civili delle suffragette americane di fine Ottocento e inizio Novecento.

 

I bianchi nordamericani progettano la deportazione in massa della popolazione afroamericana in Amazzonia, nel Brasile del futuro.

Lobato lo immagina diviso in due nazioni: quella di origine prevalentemente portoghese, situata lungo la linea dell’equatore, nella valle del Rio delle Amazzoni, e quella stabilitasi nella zona temperata, lungo il corso del Paranà.

Fonde anche nello stesso blocco socio-economico, l’Argentina, Uruguay e Paraguay.

(Quasi una anticipazione del Mercosul del XX secolo).

 

Ma la storia futura raccontata da miss Jane riserba altre sorprese.

Il progetto amazzonico si rivela inattuabile e incostituzionale, visto che la Costituzione degli Stati Uniti prevede l’uguaglianza di diritti tra tutti i cittadini, qualunque sia il colore della loro pelle.

Inoltre, vince la competizione elettorale Jim Roy, il leader negro del Partito dell’Associazione Nera, antagonista del Partito Maschile, accusato di fomentare il razzismo e capeggiato dal presidente bianco uscente, mister Kerlog.

Il terzo partito in corsa per la presidenza degli Stati Uniti è il Partito Femminile, che rappresenta le donne bianche ed è guidato da una giovane donna, miss Astor.

 

Nell’inevitabile gioco delle possibili alleanze tra due partiti, che consentirebbe a quelli numericamente minoritari di governare alleandosi tra loro, si inserisce la questione sessista. È rappresentata nel romanzo dal Movimento Elvinista di liberazione delle donne sabine (discendenti dalle femmine di una linea collaterale a quella degli ominidi), dalla subordinazione al maschio della specie homo sapiens.

 

In realtà, nella schematica e grossolana caratterizzazione dei

personaggi che Lobato ci propone, la questione sessista è risolta in un’ottica antifemminista. E ci si chiede se, alla base di ciò vi sia il conservatorismo tradizionalista dell’uomo M. Lobato, o l’influenza sullo scrittore del marinettiano disprezzo della donna.

 

La vittoria di Jim Roy, il primo presidente nero che la storia degli Stati Uniti ricordi (si intenda, nel racconto lobatiano e fino al 1926), non dura a lungo.

Nella società multirazziale del 2228, di cui (scimmiottando Darwin) il Ministero della Selezione Artificiale è il motore, la lotta per il potere non mostra niente di nuovo e mister Kerlog usa un espediente Machiavellico, suggerito da un inventore senza scrupoli, John Dudley, per neutralizzare il suo avversario politico e curare quello  che definito da lui stesso “un mal di testa storico”.