Embora o Brasil fosse um estado independente
já desde 1822, ano da proclamação do Império do Brasil, após o célebre "grito
de Ipiranga", por inícios do século XX a literatura
brasileira ainda dependia de Portugal, onde eram editados e impressos
todos os livros publicados.
Em 1918, um jovem intelectual, José Bento
Monteiro Lobato (1882-1948), advogado, ilustrador, jornalista e,
por breve tempo, fazendeiro, decidiu comprar a Revista do Brasil,
de orientação nacionalista, lançada em 1916, com a qual inaugurou
uma linha editorial aberta não só aos escritores já conhecidos, mas
também aos novos talentos do panorama cultural brasileiro.
Assim começou a aventura entusiástica na
indústria editorial, que viria a acabar, no mesmo ano, com a fundação
em São Paulo da primeira editora inteiramente brasileira, a Companhia
gráfico-editora Monteiro Lobato.
Logo ele demonstrou-se dotado de corajosa
iniciativa no empreendimento e sagaz intuito editorial, criando uma
rede de distribuição capilar no território para as suas publicações,
que eram apreciadas pela modernidade delas, mas principalmente pela
qualidade da impressão e a esmerada e encantadora veste gráfica,
confiada nas mãos dos melhores ilustradores que o mercado oferecia.
A nova editora era um espaço aberto aos
fermentos culturais das gerações recém-nascidas de escritores brasileiros,
incluindo Monteiro Lobato, que iniciou com sucesso a publicação das
suas obras dedicadas às crianças e à juventude.
Entretanto, depois de vários revezes e
também uma série de dificuldades financeiras, em 1925 o editor teve
que pedir a autofalência.
Nova fenix, das cinzas da Monteiro Lobato e Cia. surgiu uma
outra empresa editorial, a Companhia Editora Nacional, que
manteve o estilo de Lobato, embora ele não participasse demoradamente
na direção e administração do empreendimento, ocupado na atividade
de jornalista e escritor e em outras batalhas culturais na pátria bem
como no exterior.
Em 1945, após haver sofrido o ostracismo
social das suas idéias, que chegou até a tirar das livrarias nacionais
e destruir algumas suas obras, e depois de haver assistido à liquidação
das editoras que havia fundado, Monteiro Lobato associou-se à Editora
Brasiliense, à qual confiou a publicação das suas obras completas.
Toda a vida de Monteiro Lobato foi dedicada
à indústria editorial, ao experimentalismo cultural, às grandes batalhas
sociais, ao progresso, no qual acreditava fortemente.
Ele foi o motor de um movimento editorial
autenticamente brasileiro, cujos desenvolvimentos alimentam a hodierna
arte editorial nacional.Imprimiu, também, nas suas publicações um estilo
editorial inconfundível, caracterizado pelo rigor e elegância do projeto
gráfico, reivindicando para os autores, como para o editor, máxima liberdade
de expressão e defendendo aquele ponto de vista, mesmo ao preço da limitação
da própria liberdade pessoal.
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Benché il Brasile fosse uno stato indipendente
già dal 1822, anno di proclamazione dell'Impero del Brasile, dopo
il celebre "grido di Ipiranga", ai primi del Novecento
la letteratura brasiliana dipendeva ancora dal Portogallo, dove avveniva
l'edizione e la stampa della totalità dei libri pubblicati.
Nel 1918, un giovane intellettuale, José
Bento Monteiro Lobato (1882-1948), avvocato, illustratore, giornalista
e, per breve tempo, imprenditore agricolo, decise di comprare la Revista do
Brasil, di orientamento nazionalista, fondata nel 1916, con
la quale inaugurò una linea editoriale che apriva non solo agli scrittori
già noti, ma anche alle promesse nascenti del panorama culturale
brasiliano.
Iniziò così l'entusiasmante avventura nell'editoria,
che si sarebbe conclusa, nello stesso anno, con la fondazione a San
Paolo della prima casa editrice interamente brasiliana, la Companhia gráfico-editora
Monteiro Lobato.
Egli si dimostrò ben presto dotato di coraggiosa
iniziativa imprenditoriale e sagace intuito editoriale, creando una
rete distributiva capillare sul territorio per le sue pubblicazioni,
che erano apprezzate per la loro modernità, ma sopratutto per la
qualità della stampa e l'accurata e cattivante veste grafica, affidata
ai migliori illustratori che il mercato offriva.
La nuova casa editrice era uno spazio aperto
ai fermenti culturali delle giovani generazioni di scrittori brasiliani,
incluso Monteiro Lobato, che cominciò con successo la pubblicazione
delle sue opere dedicate all'infanzia e alla gioventù.
Tuttavia, dopo alterne vicende, nonché
una serie di difficoltà finanziarie, nel 1925 l'editore fu costretto
a dichiarare fallimento.
Novella fenice, dalle ceneri della Monteiro
Lobato e Cia. sorse una nuova impresa editoriale, la Companhia
Editora Nacional, che mantenne lo stile di Lobato,
benché egli non partecipasse a lungo alla direzione e amministrazione
dell'azienda, impegnato nell'attività di giornalista e scrittore
e in altre battaglie culturali in patria e all'estero.
Nel 1945, dopo aver subito l'ostracismo
sociale delle sue idee, giunto fino al ritiro dalle librerie nazionali
e alla distruzione di alcune delle sue opere, e dopo aver assistito
alla liquidazione delle case editrici che aveva fondato, Monteiro
Lobato divenne socio della Editora Brasiliense, alla quale
affidò la pubblicazione delle sue opere complete.
Tutta la vita di Monteiro Lobato è stata
dedicata all'editoria, allo sperimentalismo culturale, alle grandi
battaglie sociali, al progresso, in cui credeva fermamente.
Egli è stato il motore di un movimento
editoriale autenticamente brasiliano, i cui sviluppi alimentano l'odierna
editoria nazionale. Ha inoltre impresso nelle sue pubblicazioni
uno stile editoriale inconfondibile, caratterizzato dal rigore e
dall'eleganza del progetto grafico, rivendicando per gli autori,
come per l'editore, la massima libertà di espressione e sostenendo
tale punto di vista anche a prezzo della limitazione della propria
libertà personale.
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