PARALELISMO

 

    PARALLELISMO


Deu-se o nome de paralelismo a um esquema métrico original, que foi caracteristico, nas literaturas românicas da Idade Média, dos cantares portuguêses chamados de amigo, que estão representados nos Cancioneiros de fins do século XIII e do século XIV, se bem que a composição deles remonte a uma tradição oral muito mais antiga.

Por outro lado, a poesia mesma parece que teve origem da exigência de facilitar a transmissão oral de narrativas e conceitos de importância social, histórica, moral ou jurídica, através da gravação na memória dos termos que os representam. Nesse sentido, o verso é um modo de ritmar a fala que facilita a memória.
Na sua forma mais antiga a poesia era acompanhada pela música, pelo canto e pela dança, em relação aos quais a composição literária desempenhava um papel secundario e nunca autonomo.


Na Idade Média a letra era frequentemente uma composição improvisada entre dois grupos de cantores, nos quais os improvisadores se alternavam, dois de cada vez, numa disputa poetica.
A partir de uma quarta ao desafio, um dos dois improvisadores era obrigado a repetir o último verso do outro, achando depois a sequencia, que completava os quatro versos da quarta seguinte.
A repetição era caracteristica desse sistema poetico, baseado antes nos efeitos sonoros do que sobre a novidade dos conceitos, expressos num número de versos limitado.
Desse origina-se o estribilho, que consta da repetição do mesmo verso a intervalos fixos.

A observância rigorosa do esquema formal paralelistico impõe a simplificação conceitual.
Cada verso vale por si e tem com os outros uma ligação logica muito lassa, que o uso da puntuação acrescenta.
Do ponto de vista conceptual o verso vem recortado pela monotonia invariante dos modulos estilisticos simétricos, revocados nos versos seguintes pelas rimas finais e pelos estribilhos.

O paralelismo é isossilabico, isto é, apresenta um ritmo determinado por versos regulares quanto ao número de sílabas, reforçado pela rima.
No sistema paralelistico puro, que caracteriza a estrutura primitiva dos cantares de amigo, a unidade rítmica é baseada num par de estrofes, que têm a forma de dísticos, segundo o esquema A B, A1B1 Cada estrofe se termina com um estribilho.

O tema e o modo de tratá-lo não muda nas duas estrofes, mas a rima é diferente. A vogal tônica é a num dos dísticos de cada par de estâncias e i ou ê no outro.
O último verso de cada estrofe é o primeiro verso da estrofe correspondente no par seguinte.
Disto surge o nome de paralelismo.
De qualquer maneira é preciso evitar o uso esporádico de palavras perdidas, isto é, de versos que não rimam quer com outros da mesma estrofe quer com o verso do lugar correspondente da estrofe seguinte.
Além disso, o efeito sonoro da estrofe paralelistica vem reforçado pelo facto que as rimas oxítonas e paroxítonas ocorram,nas estrofes, todas no mesmo lugar que na primeira.
O esquema típico tem dezoito versos agrupados em tres pares de estrofes, em que há só cinco versos diferentes do ponto de vista semântico, incluindo o refrão.

No paralelismo imperfeito no par de estrofes o dístico vem substituido por uma estância de tres ou mais versos, que dálugar a uma estrutura formal mais complexa, ao passo que o paralelismo anafórico consta da repetição leteral entre estrofes pareadas, com excepção das palavras em rima.
Do ponto de vista conceptual, tal esquema dá lugar a um pareamento menos rigoroso, em que a segunda estrofe de cada par apenas repete a ideia geral da anterior.

Os cantares de paralelismo imperfeito vão deixando com o tempo de ter o refrão, que vem intercalado no texto ou, as vezes, admite pequenas variações semânticas.
Quando o aspecto formal do texto si desvia notavelmente do esquema do paralelismo puro, a isto corresponde, em geral, uma variação temática.

 


Si diede il nome di parallelismo a uno schema metrico originale, che caratterizzò, nelle letterature romanze del Medioevo, i cantari portoghesi detti d’amico, che sono rappresentati nei Canzonieri della fine del XIII secolo e del secolo XIV, benché la loro composizione risalga a una tradizione orale assai più antica.


La poesia stessa, d’altronde, sembra abbia avuto origine dall’esigenza di facilitare la trasmissione orale di racconti e concetti di rilevanza sociale, storica, morale o giuridica, attraverso la memorizzazione dei termini che li rappresentano. In tal senso, il verso è un modo per ritmare le espressioni verbali che facilitano la memoria. 
Nella sua forma più antica la poesia era accompagnata dalla musica, dal canto e dalla danza, rispetto ai quali la composizione letteraria aveva un ruolo secondario e mai autonomo.

Nel Medioevo i testi erano spesso composizioni improvvisate tra due gruppi di cantori, in cui gli improvvisatori si alternavano, due per volta, in una gara poetica.
A partire da una quartina di sfida, uno dei due improvvisatori era obbligato a ripetere l’ultimo verso dell’altro, inventando poi la sequenza, che completava i quattro versi della quartina successiva.
La ripetizione caratterizzava tale sistema poetico, basato piuttosto su effetti sonori che sulla novità dei concetti, espressi in un numero limitato di versi.
Da esso deriva il ritornello, che consiste nella ripetizione dello stesso verso a intervalli regolari.

Il mantenimento rigoroso dello schema formale parallelistico impone la semplificazione concettuale.
Ogni verso è a sé stante e ha legami logici assai deboli con gli altri, accentuati dall’uso della punteggiatura.
Concettualmente il verso viene determinato dalla monotonia ripetitiva dei moduli stilistici simmetrici, richiamati nei versi successivi dalle rime finali e dai ritornelli.

Il parallelismo è isosillabico, presenta, cioè, un ritmo determinato da versi con un numero regolare di sillabe, rafforzato dalla rima.
Nel sistema parallelistico puro, che caratterizza la struttura arcaica dei cantari d’amico, l’unità ritmica è basata su una coppia di strofe, formate da distici, secondo lo schema A B, A1B1.
Ogni strofe si conclude con un ritornello.

Il tema e il modo di trattarlo non cambia nelle due strofe, ma varia la rima. La vocale tonica è a in uno dei due distici di ogni coppia di strofe ed è i oppure e nell’altro.
L’ultimo verso di ogni strofe è il primo verso della strofe corrispondente nella coppia successiva.
Da ciò deriva il nome di parallelismo.
È necessario in ogni caso evitare la presenza sporadica di versi bianchi, cioè di versi che non rimano o con altri della stessa strofe o col verso del posto corrispondente delle strofe successive.
L’effetto sonoro della strofe parallelistica, inoltre, viene rafforzato dal fatto che le rime ossitone e parossitone occorrano, nelle strofe, tutte allo stesso posto che nella prima.
Lo schema tipico ha diciotto versi, raggruppati in tre coppie di strofe, in cui ci sono solo cinque versi, che differiscono dal punto di vista semantico, compreso il ritornello.

Nel parallelismo imperfetto nella coppia di strofe si sostituisce al distico una stanza di tre o più versi, dando luogo a una struttura formale più complessa, mentre il parallelismo anaforico consiste nella ripetizione letterale tra strofe simmetriche, ad eccezione delle parole in rima.
Dal punto di vista concettuale tale schema dà luogo ad un accoppiamento meno rigoroso, nel quale la seconda strofe di ogni coppia ripete appena l’idea generale di quella precedente.


I cantari di parallelismo imperfetto nel tempo vanno perdendo il ritornello, che viene assorbito nel testo o, talvolta, ammette piccole variazioni semantiche.
Quando l’aspetto formale del testo devia notevolmente dallo schema del parallelismo puro, a ciò corrisponde, in genere, una variazione tematica.